Uma das técnicas de
nucleação mais utilizadas na restauração ecológica é a transposição da
serapilheira e do top soil de
florestas nativas para áreas degradadas.
Vários projetos do
LARF-UFV em empresas de mineração têm comprovado a eficácia desta técnica em
promover uma rápida cobertura do solo e em desencadear o processo de sucessão
através da germinação de sementes presentes no banco de sementes do solo.
Contudo, esta técnica
de nucleação tem sido sempre recomendada para áreas em que o licenciamento
ambiental autorizou a supressão da vegetação, visando aproveitar o banco de
sementes que seria perdido. Uma vez que tem sido amplamente discutido se a
remoção da serapilheira e do top soil
de florestas nativas possa gerar impactos negativos nestes ecossistemas, embora
até então ainda não existissem estudos publicados sobre este tema.
Buscando responder
estas questões, o trabalho de conclusão de curso (TCC) da bolsista de
PROBIC/FAPEMIG Thaís Diniz, sob orientação do prof. Sebastião Venâncio Martins,
avaliou o impacto da remoção da serapilheira e do top soil no estrato de regeneração natural no sub-bosque de
Floresta Estacional Semidecidual secundária, no campus da UFV de Viçosa, MG.
Participaram da banca, além do prof. Venâncio, o Dr. Aurino Miranda Neto e a
doutoranda Kelly de Almeida Silva.
O estudo comparou
diferentes tamanhos de faixas (parcelas) de retirada da serapilheira/top soil (2x1 m, 4x1 m, 8x1 m) na
floresta. Com base nos resultados obtidos conclui-se que a remoção da serapilheira/ top soil
causou apenas impacto inicial no estrato de regeneração natural da Floresta
Estacional Semidecidual, mais precisamente no número de indivíduos e no número
de espécies. A tendência observada é que com o passar do tempo, poucos meses,
este impacto tende a ser reduzido até o ponto em que a condição da regeneração
natural se iguale aquela pré-remoção da serapilheira e top soil. Para o
impacto na remoção da serapilheira e do top soil ser mínimo e
rapidamente revertido, as parcelas de retirada devem ser pequenas e espaçadas e
a camada de solo removido em pequena profundidade, preferencialmente de 5,0 cm.
Cabe destacar que por
se tratar de florestas nativas, a remoção de serapilheira e do top soil para uso em projetos de
restauração ecológica deve ser realizada fora de Áreas de Preservação Permanente,
preferencialmente em áreas de Reserva Legal, e sempre com autorização do órgão
ambiental competente.
Nas fotos a banca da
defesa de Thaís Diniz, uma das parcelas um dia após a remoção da serapilheira/top soil, parcelas 6 meses após a
remoção e uma área restaurada pelo LARF através da transposição de
serapilheira/ top soil.
Da esquerda para
direita: Aurino Miranda Neto, prof. Sebastião Venâncio (Orientador), Thaís
Diniz (bolsita Probic/Fapemig) e Kelly Almeida Silva
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Parcela
um dia após a remoção da serapilheira/top
soil
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Parcelas
6 meses após a remoção da serapilheira/top
soil
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Nucleação
através da transposição de serapilheira/ top
soil, projeto LARF-UFV
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Excelente trabalho parabéns.
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