Uma parceria entre a empresa CMPC Celulose Riograndense e
o LARF – Laboratório de Restauração Florestal da UFV, através de convênio com interveniência
da Sociedade de Investigações Florestais (SIF-UFV), tem possibilitado o
desenvolvimento de técnicas alternativas para restauração de Áreas de
Preservação Permanente em propriedades da empresa no Rio Grande do Sul.
Quando,
em 2012, o professor Sebastião Venâncio Martins esteve na empresa para
ministrar um curso de restauração ecológica, teve a oportunidade de conhecer
algumas APP´s da empresa que necessitavam de intervenção para estimular a
recuperação da cobertura florestal nativa. Entre os problemas detectados nesta
primeira visita, estavam a entrada de equinos e bovinos nas APP´s, que
impactava fortemente a vegetação colonizadora, e a distância de florestas
nativas, que dificultava a chegada de propágulos, além do elevado custo da
restauração tradicional por reflorestamento, que até então vinha sendo adotada
com pouco sucesso.
A partir
do convênio foram desenvolvidos em conjunto com o CPT – Centro de Pesquisas Tecnológicas
e da Coordenação de Meio Ambiente Florestal da CMPC, através do pesquisador
Elias Frank de Araujo e da analista de manejo florestal Luciana Esber Michels,
técnicas de baixo custo e com foco mais ecológico, procurando aproveitar e
estimular o potencial de regeneração natural das APP´s.
Assim,
dois anos após a implantação dos primeiros experimentos, já é visível uma
grande alteração na paisagem das APPs da empresa onde houve intervenções. O
estado de degradação vem sendo paulatinamente substituído por uma cobertura
florestal nativa em núcleos, que simula o processo natural de sucessão
florestal, porém num ritmo muito mais rápido (Figuras 1 a 3). Cabe destacar que
muitas APP´s estavam num estado estacionário de neo-ecossistema em que a
regeneração florestal não avançava, não por restrições edáficas ou climáticas,
mas por isolamento de florestas fontes de sementes na paisagem antropizada.
Além do desenvolvimento e/ou adaptação de novas técnicas
de restauração com redução de custos, a parceria CMPC/LARF-UFV tem
possibilitado também o treinamento em nível de estágio e pós-graduação de
estudantes de cursos de Engenharia Florestal e outros na área de restauração
florestal, um bom exemplo é o da Engenheira Florestal Camila Bauschpiess, que
realizou estágio na empresa neste projeto, ainda quando estudante na UFSM e atualmente
está terminando sua dissertação de mestrado em Ciência Florestal na UFV, com
dados coletados nas APP´s em restauração no Rio Grande do Sul.
Os
resultados deste convênio reforçam a viabilidade da produção de celulose em
harmonia com o meio ambiente e como uma atividade ambientalmente adequada, que
pode inclusive servir de modelo para outras empresas do setor.
Clique nas fotos para ampliar.
Clique nas fotos para ampliar.
APP antes e dois anos após a aplicação das técnicas de restauração, Horto São Vicente, convênio CMPC/LARF-UFV-SIF |
Núcleos florestais mudando a cobertura do solo e a
fisionomia das APPs, Horto São Vicente, convênio CMPC/LARF-UFV-SIF
|
Enriquecimento de APP com Araucaria angustifolia, Horto Forninho, convênio CMPC/LARF-UFV-SIF |
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